Diferenças entre edições de "Experiência de Thomson"
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\mathbf{E}_P = \frac{1}{4 \pi \varepsilon_0 } \sum_{i=1}^n \Big( \frac{q_i}{ r_i^2}\; \mathbf{u}_{r_i , P} \Big) | \mathbf{E}_P = \frac{1}{4 \pi \varepsilon_0 } \sum_{i=1}^n \Big( \frac{q_i}{ r_i^2}\; \mathbf{u}_{r_i , P} \Big) | ||
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V_P = \frac{1}{4 \pi \varepsilon_0 } \sum_{i=1}^n \Big( \frac{q_i}{ r_i} \Big) \nonumber | V_P = \frac{1}{4 \pi \varepsilon_0 } \sum_{i=1}^n \Big( \frac{q_i}{ r_i} \Big) \nonumber |
Revisão das 15h18min de 27 de março de 2024
Determinação experimental da relação q/m do electrão
Objectivo do trabalho
Pretende-se com este trabalho determinar a relação entre a carga e a massa q/m do electrão. Para esse fim, vamos estudar a deflexão de um feixe de raios catódicos sob o efeito de um campo eléctrico e de um campo magnético.
Conceitos fundamentais
Os raios catódicos foram descobertos em 1879 por William Crookes (1832--1919), mas foi Sir J. J. Thomson\footnote{Prémio Nobel da Física de 1906, em reconhecimento dos seus trabalhos teóricos e experimentais na condução da electricidade em gases.} (1856--1940) que, em 1897, relatou as experiências por si realizadas e que permitiram determinar o valor daquela relação. Além disso, estas experiências provaram que os raios catódicos são constituídos por partículas de carga negativa, desde então designadas por electrões. Neste trabalho iremos reproduzir aproximadamente a experiência de Thomson.
hν0=eϕouν0=ehϕ
E(r,z)=E0ˆxw0w(z)exp(−r2w(z)2)exp(−i(kz+kr22R(z)−ψ(z)))
Os raios catódicos foram descobertos em 1879 por William Crookes (1832--1919), mas foi Sir J. J. Thomson\footnote{Prémio Nobel da Física de 1906, em reconhecimento dos seus trabalhos teóricos e experimentais na condução da electricidade em gases.} (1856--1940) que, em 1897, relatou as experiências por si realizadas e que permitiram determinar o valor daquela relação. Além disso, estas experiências provaram que os raios catódicos são constituídos por partículas de carga negativa, desde então designadas por electrões. Neste trabalho iremos reproduzir aproximadamente a experiência de Thomson.
Campo electrostático
Define-se como sendo o campo eléctrico criado por uma distribuição de cargas que \emph{não evolui no tempo}. Considere-se por exemplo o par de cargas /(q_1\)e q2 imersas no vácuo, à distância r12 e situadas respetivamente em P1e P2 conforme ilustrado na Fig. ???. A força eléctrica que sofre q1no ponto P1devido a q2em P2à distância r12é
FP1,q1(q2,r12)=14πε0q1q2r212ur,P1=−FP2,q2(q1,r12)
em que ε0 é designada por constante dieléctrica ou permitividade eléctrica do vazio (ε0≃8,854⋅10−12F/m) e ur,P1 é o \emph{versor} da distância r12\(noponto\(P1 (vector unitário dirigido de P2para P1 ver figura).
Dada uma carga q1e um ponto Pa uma distância r define-se o campo eléctricoE emPcomo a força eléctrica por unidade de carga exercida sobre uma carga de prova ou teste, suposta unitária e positiva, colocada em P:
EP(q1,r)=q14πε0r2ur,P
As unidades do campo eléctrico são o newton/coulomb (N/C) ou, mais habitualmente, o volt/metro (V/m).
As linhas de força eléctrica geradas por q1são radiais e dirigidas para o exterior, se q1>0 ou para a origem, se q1<0$.Sesecolocasseem\(P a carga q a força eléctrica a que esta carga ficaria submetida devido a q1 seria FP,q(q1,r)=qE ou mais simplesmente:
F=qE
A expressão campo eléctrico também define a região do espaço onde se fazem sentir as acções eléctricas. \begin{figure}[t]
\centering
\includegraphics[width=0.5\textwidth]{./fig1-thomson} \caption{ Definição dos termos para a geometria de duas cargas. \label{fig:fig1}}
\end{figure}
Potencial eléctrico
O campo eléctrico e a força eléctrica, que são entidades vectoriais, podem também ser calculadas a partir de uma função capaz de descrever o campo mas de natureza escalar, o potencial eléctrico V. Para a situação referida acima, o potencial eléctrico criado no ponto P à distância r da carga q1 é calculado por:
VP(q1,r)=q14πε0r
No caso de uma distribuição de n cargas eléctricas qi à distância ri do ponto P onde se pretende calcular o campo eléctrico e o potencial, tem-se para o campo eléctrico
EP=14πε0n∑i=1(qir2iuri,P)
e para o potencial
VP=14πε0n∑i=1(qiri)
Recorde-se que se se considera uma única carga q1 positiva, as linhas de força eléctricas são radiais e dirigidas para o exterior. Essas linhas de força são perpendiculares às superfícies equipotenciais, que são esféricas (r=c.te)na equação ???) e concêntricas com as cargas. Atendendo a (???) para dois raios r1 e r2 tal que r2>r1 temos V(r2)<V(r1) e portanto as linhas de força dirigem-se para os potenciais decrescentes.
Considere-se agora o caso de duas cargas q1>0 e q2<0. Enquanto estiverem muito afastadas uma da outra, produzem campos radiais, respetivamente divergindo e convergindo. Se forem colocadas suficientemente próximas, as linhas de força vão sofrer a influência de ambas as cargas. Nesse caso, apenas uma única linha de força é linear, dirigida de q1 para q2. Todas as outras, que na vizinhança próxima de cada carga são radiais, acabam por infletir, dirigindo-se de q1 para q2. A figura das linhas de força tem simetria de revolução em torno do eixo que contém q1 e q2 e é esquematicamente a indicada na Fig. ???. Se o valor absoluto das duas cargas for o mesmo a figura é simétrica em relação ao plano mediatriz das cargas q1 e q2\footnote{Para mais exemplos ver https://phet.colorado.edu/en/simulations/charges-and-fields}.
\begin{figure}[tb]
\centering
\includegraphics[width=0.5\textwidth]{./fig2-thomson} \caption{ Linhas de força (a vermelho) e superfícies equipotenciais (a verde) de duas cargas simétricas. \label{fig:sup-equip}} \end{figure}
Se se calcular a diferença de potencial entre dois pontos infinitamente próximos P e P+dP devida a uma carga q1 à distância r e r+dr respetivamente, a variação elementar do potencial V será:
\begin{align}
d V &= V_{P+dP} - V_P = \frac{q_1}{4 \pi \varepsilon_0 r} \big( \frac{1}{r + dr} -\frac{1}{r} \big)\nonumber\\
&\approx \frac{q_1}{4 \pi \varepsilon_0 } \big( - \frac{dr}{r^2} \big) = - \mathbf{E} \cdot d \mathbf{r}
\lt\math\gt
Esta quantidade representa o trabalho elementar (energia) associado ao deslocamento da
carga teste (\(q_t=1\,\)C), de \(P\) para \(P+dP\). Para\(q_1 \gt 0\) $\mathbf{E}\)e\(\mathbf{dr}\)são paralelos e\(dV \lt 0$. Isto significa que
não será necessário fornecer energia para realizar esse transporte.
De facto, afastar a carga teste da carga\(q_1\)(i.e. ir de\(P\)para\(P+dP$) leva a uma configuração de cargas ($q_1\)e\(q_t$) energeticamente mais favorável \footnote{Recorde-se que para um campo conservativo o trabalho realizado (que não depende do percurso mas só dos pontos inicial e final) tem um valor simétrico da variação de energia potencial.}.
No caso de uma diferença finita de potencial, isto é de uma diferença de potencial entre dois pontos\(P\)e\(Q\) ter-se-á que somar um número infinito de contribuições infinitesimais\(dV_i=- \mathbf{E}_i \cdot d\mathbf{r}_i\)no intervalo de\(P\)a\(Q$:
\ltmath display=“block”\gt
V_Q-V_P = \lim_{n \to \infty } \sum_{i=1}^n dV_i = \lim_{n \to \infty } \sum_{i=1}^n \underbrace{( - \mathbf{E}_i \cdot d\mathbf{r}_i )}_{\overline{PQ}} \rightarrow \int - \mathbf{E} \cdot d\mathbf{r}
VP−VQ=∫¯PQE⋅dr
No caso particular deEser homogéneo (por exemplo no interior de um condensador plano) na região onde se situam os pontosPeQ afastados de uma distânciaD obtém-se
VP−VQ=E⋅PQ=E⋅D
Para se compreender o significado físico deVP imagine-se queQé um ponto infinitamente
afastado da região em que se faz sentir o campo eléctricoE$.Nesseponto,\(r→∞\(e\(VQ=0
obtendo-seVP=∫∞PE⋅dr que permite a seguinte interpretação:
\newline
\newline
\fbox {\begin{minipage}{36em}
O potencial eléctrico\(V_P\)é a energia necessária para transportar a carga-teste, sob acção de\(\mathbf{E}\) desde o ponto\(P\)até uma distância suficientemente grande tal que o campo eléctrico não se faça sentir.
\end{minipage}
%Se for a cargaq2 a energia necessária será\(W= q_2\cdot V$.
Energia electrostática
A energia associada a uma configuração de cargasq1eq2 à distânciar é dada por:
W=q1q24πε0r=q1V1=q2V2=q1V1+q2V22
Recordando a definição do potencial criado porncargas eléctricas, podemos generalizar a equação (???) na seguinte forma:
WE=12n∑i,j(i≠j)14πε0qiqjrij=12n∑i=1qi(n∑j≠iqj4πε0rij)=12n∑i=1qiVi
Condutores eléctricos e dieléctricos. Condensador plano
Um material é um \emph{condutor eléctrico ideal} se as cargas eléctricas do mesmo sinal em excesso (que o carregam) são livres de se movimentarem no seu interior e à sua superfície. Quando pelo contrário isso não acontece, estamos perante um \emph{dieléctrico}.
Assim, se carregarmos um condutor com uma carga totalQ(seQ>0 significa que se retiram electrões ao condutor inicialmente neutro) essas cargas, todas do mesmo sinal, vão acomodar-se logo que se atinja o equilíbrio electrostático, em posições que são o mais afastadas possíveis umas das outras -- ou seja, na superfície exterior do condutor, formando uma ``folha de carga. Pode mostrar-se queEno interior do condutor é nulo (enquanto que num dieléctrico\(\mathbf{E} \ne \mathbf{0}$), e que a superfície do condutor é uma \emph{equipotencial}: logo, as linhas de força eléctricas são-lhe perpendiculares. Quando um material é carregado, a velocidade com que essas cargas se transferem de todo o volume do condutor para a superfície depende da sua condutividade. Se se considerar um condutor carregado, com geometria plana (uma placa), a carga vai distribuir-se sobre a superfície (ver ilustração em baixo).
Ao colocar-se em frente uma placa idêntica, mas de carga simétrica, haverá uma redistribuição de carga que produz um campo eléctrico tal como ilustrado em baixo. Na região central, as linhas de força são paralelas entre si e o campo eléctrico é homogéneo. Nas extremidades as linhas de força emergem perpendicularmente à superfície mas encurvam, deixando de ser lineares. Esta geometria e distribuição de carga são características de um \emph{condensador plano}. A diferença de potencial entre as duas placas, afastadas deD corresponde a ($V_+ \,–\, V_-) = E\cdot D\) poisEé homogéneo (eq. ???).\\
Pode mostrar-se queEfica confinado à região entre as placas. Se o condensador fosse infinito (sem extremidades) teríamos três regiões, as duas exteriores ao condensador, onde o campo E é nulo, e entre as placas do condensador (também designadas por armaduras), onde o campo seria homogéneo.
Efeitos da corrente eléctrica estacionária criada por uma espira
A passagem da \emph{corrente eléctrica estacionária} (i.e. cuja intensidade não varia no tempo) por um condutor cria um campo magnéticoB além de produzir calor por efeito de Joule. As \emph{linhas de força magnética} produzidas por um fio condutor linear são circulares e concêntricas com o condutor (Fig. ???). O módulo deBnum ponto a uma distânciardo fio (medida na perpendicular ao fio) é
|Bfio|=μ0I2πr
em que\(\mu_0 = 4 \pi× 10^{−7}\)H/m é a \emph{permeabilidade magnética} do vazio. \begin{figure}[t]
\centering \includegraphics[width=0.5\textwidth]{fig-fio} \caption{Campo magnético produzido por um fio onde passa corrente.} \label{fig:condutor} \end{figure}
No caso de uma espira\footnote{Termo que designa um circuito eléctrico fechado} circular, é criado um campo magnético cujas linhas de força são curvas fora do seu eixo e lineares apenas ao longo do eixo (Fig. ???). Pode provar-se que o campo magnético criado por uma espira de raior percorrida por uma corrente de intensidadeI tem linhas de força fechadas\footnote{Mesmo aquelas que só \emph{fecham} no infinito}, ao contrário das linhas de força eléctricas. Isto coloca em evidência queBnos pontos do plano da espira, mas exteriores a esta, é antiparalelo aBno eixo da espira (ver figura). O módulo deBnum ponto do eixo é dado por
|Bespira|=μ0I2rsin3α
\begin{figure}[h] \centering
\includegraphics[width=0.5\textwidth]{fig-espira.pdf} \caption{Campo magnético produzido por uma espira circular onde passa corrente.} \label{fig:espira1} \end{figure}
Força de Lorentz
Uma carga q animada de uma velocidadevnuma região em que existe um campo de induçãoBe um campo eléctricoEfica submetida a uma força de Lorentz\footnote{Se a força for apenas de origem magnética,Fm=q(v×B) pode chamar-se também de \emph{Laplace}}Fdada por:
F=qE+q(v×B)
A força de Lorentz resulta da soma vectorial de uma componente eléctrica e uma componente magnética, que verificam as seguintes propriedades:
\begin{itemize}
\item a força eléctrica\(\mathbf{F_e}=q\mathbf{E}\)tem a mesma direção que o campo eléctrico; se a carga for positiva tem o mesmo sentido, se a carga for negativa tem o sentido oposto;
\item a força magnética\(\mathbf{F_e}=q(\mathbf{v} \times \mathbf{B})\)é perpendicular ao plano definido pelos vectores velocidade\((\mathbf{v})\)e campo magnético\((\mathbf{B})\) sendo o seu sentido dado pela regra da mão direita para o produto externo de vectores.
\end{itemize}
\begin{figure}[t]
\centering
\includegraphics[width=0.4\textwidth]{./Lorentz1.png} \caption{Trajectória circular para uma carga positivaqcom velocidadevna presença de um campo magnéticoBinperpendicular. \label{fig:lorentz1}} \end{figure}
\begin{figure}[h]
\centering
\includegraphics[width=0.5\textwidth]{./Lorentz2.png} \caption{ Carga positivaqcom velocidadev na presença de um campo magnéticoBine um campo eléctrico\(\mathbf{E}$. Os três vectores são mutuamente perpendiculares e estão orientados de modo que as forças têm sentidos opostos. \label{fig:lorentz2}} \end{figure}
mv2R=qvB→R=mv|q|B
Um caso particularmente interessante da força de Lorentz verifica-se quando a velocidade da carga é perpendicular tanto ao campo eléctrico como ao magnético. Nesse caso, as duas forças têm a mesma direcção. Adotando uma configuração como a representada na Fig. ???, as forças eléctrica e magnética têm sentidos opostos e podem compensar-se, anulando-se, o que permite que a carga mantenha uma trajectória rectilínea.
Nesta repetição da experiência de Thomson iremos utilizar estes dois princípios para determinar a razão\(q/m$. Num primeiro conjunto de medidas, iremos determinar o raio da trajectória de um feixe de raios catódicos na presença de um campo magnético. No segundo conjunto de medidas iremos equilibrar as forças de um campo magnético e um eléctrico de modo a que o feixe tenha uma forma aproximadamente rectilínea.
\newpage
Figuras dos aparelhos da montagem experimental
\begin{figure}[ht]
\centering
\includegraphics[width=0.45\textwidth]{./fig3-ThomsomEquip}
\caption{Montagem da Experiência de Thomson com tubo de raios catódicos, suporte e par de bobinas de Helmholtz. \label{fig:Thomson_Equip}}
\end{figure}
\begin{figure}[hb]
\centering
\includegraphics[width=0.4\textwidth]{./fig4-Thomson_Electron-Deflection-Tube-D}
\caption{Trajectória dos electrões sujeitos a um campo magnético perpendicular. \label{fig:Thomson_trajec}}
\end{figure}
\newpage
Procedimento Experimental
Material
- Ampola (tubo) de raios catódicos (TRC), modelo TEL 525.
- Fonte de alimentação do TRC, que inclui alimentação de alta tensão contínua (até 5000 V) aplicada aos eléctrodos (cátodo e ânodo) do TRC e alimentação de baixa tensão (6.3 V AC) para o filamento do TRC.
- Par de bobinas que envolvem a parte esférica do TRC na configuração de Helmholtz (para criar um campo magnético aproximadamente homogéneo na região central entre as bobinas, de raio médior e afastadas deruma da outra).
- Fonte de alimentação de corrente \textbf{contínua} (em modo DC) para as bobinas.
- Multímetro (como amperímetro) a instalar em \textbf{série} no circuito das bobinas.
O tubo TRC tem um filamento alimentado por 6.3 V (em modo AC). Este filamento emite electrões por efeito termiónico. Entre o ânodo e o cátodo do tubo estabelecem-se diferenças de potencial(V+−V−)=Ua. Os electrões são acelerados entre o cátodo e o ânodo e a sua velocidade à saída do ânodo é função de\(U_a$.
Ao entrarem na parte esférica do tubo, os electrões podem ser deflectidos por \emph{campos magnéticos} provocados por correntes que percorrem as bobinas de Helmholtz e/ou por \emph{campos eléctricos} devidos à aplicação de tensão entre duas placas paralelas ligadas aos pontos 1 e 2 do diagrama (Fig. ???).
O campo de indução magnéticaBdevido às bobinas de Helmholtz é aproximadamente uniforme na região central entre as bobinas, e para uma correnteIé dado por\footnote{No sistema SI, a unidade de campo magnético é o Tesla (T), sendo 1\,T=1\,Weber/m$^{2}\).}: \begin{align} \label{eq:helmotz} n &= 320\textrm{ espiras} \nonumber \\ B = \left(\frac{4}{5}\right)^{3/2} \cdot \frac{\mu_0 n I}{r} = \frac{32 \pi n }{5 \sqrt{5}} \cdot \frac{I}{r} \cdot 10^{-7}\textrm{ Weber/m}^{2}
\qquad r &= 0.068\textrm{ m} \\
r &= d/2 \nonumber \end{align}
\begin{figure}
[h] \centering
\includegraphics[width=1\textwidth]{fig5-TuboTL.pdf}
\caption{Diagrama do tubo utilizado e geometria das bobinas de Helmholtz. Esquerda: vista lateral, com ligações eléctricas do filamento e da tensão de aceleração. Direita: vista frontal, com ligações das bobinas de Helmholtz. \label{fig:TL}}
\end{figure}
Determinação de q/m por deflexão magnética
Trajectórias de partículas carregadas sujeitas a um campo magnético constante
Quando se aplica uma tensãoUaentre o ânodo e o cátodo (sem aplicar tensão entre os pontos 1 e 2 representados na Fig. ???), pode admitir-se que a velocidade finalvdos electrões ao abandonarem o ânodo é dada pela seguinte expressão
qUa=12mv2
Os electrões entram, com velocidade horizontal, na parte esférica do tubo, onde são deflectidos pelo campo magnético→B(com→B⊥→v)$.Asuatrajectóriapassaentãoasercircular,comraio\(R verificando-se:
Bqv=mv2R
As trajectórias dos electrões podem ser visualizadas numa escala graduada feita de material fluorescente. A origem do reticulado está situada aproximadamente no início da zona sujeita ao campo B. Combinando (???) e (???) obtém-se uma expressão para a relação\(q/m$: \begin{equation} \label{eq:encin3}
\frac{q}{m} = \frac{2\, U_a}{B^2\,R^2}
\end{equation} em que: \begin{description} \item[$U_a$] – impõe-se e mede-se diretamente no voltímetro da fonte de tensão. \item[$B$] – calcula-se, para uma dada corrente\(I\) a partir da expressão (\ref{eq:helmotz}). \item[$R$] – determina-se por leitura no écran fluorescente, das coordenadas de posição\(y\)(horizontal) e\(z\)(vertical) de pontos do feixe. Por construção do tubo verifica-se: \begin{equation} \label{eq:eR}
R = \frac{y^2 + z^2}{2 \, z}
\end{equation} \end{description}
Modo de proceder
\begin{enumerate}
\item Montar os circuitos eléctricos de acordo com a Fig. \ref{fig:TL}. Note que as ligações das bobinas devem garantir que a corrente eléctrica é percorrida no mesmo sentido, em ambas: para isso, deve usar os conectores na ordem\(A\rightarrow Z\)numa bobina e na ordem inversa na outra bobina. Chamar o docente para verificação, \textbf{antes de ligar os aparelhos}.
\item Verfifique qual é o valor máximo da tensão disponível na fonte de alta tensão. Escolha um valor ligeiramente inferior.
\item Ajustar a corrente das bobinas de Helmholtz\(I_+\)de modo a que a circunferência passe por um ponto bem determinado\footnote{Utilize de preferência os maiores valores possíveis para o raio\(R\) de forma a que o feixe se encontre na zona central entre as bobines.}. Calcule\(R$.
Inverta o sentido da corrente e determine um novo\(I_-\)para o mesmo raio\(R$.
Tomando\(I_{\textrm{medio}} = (I_+ + I_-)/2\( calcule o campo magnético\(B_{\textrm{medio}}$. Utilize a semi-diferença,\((I_+ - I_-)/2\) para a estimativa das incertezas\(\delta I_{\textrm{medio}}\)e\(\delta B_{\textrm{medio}}$.
\item Repita o ponto 2) para quatro novos valores de\(R$.
\item Repetir 1), 2) e 3) e para os mesmos\(R\) para dois valores inferiores de tensão, afastados por exemplo de 500 V entre si.
\item Apresente os valores de\(q/m\)para os 15 pares de determinações. Calcule a média desses valores, assim como a incerteza da média.
\item Para um dos pares de pontos, estime a contribuição relativa das incertezas das grandezas que mediu para a incerteza total. Compare este erro assim calculado com a incerteza calculada a partir dos 15 valores calculados.
Apresente para cada raio o valor de\(q/m\)assim como o erro associado a cada uma das determinações. Compare e comente os resultados.
\item Apresente um valor final para\(q/m$. Estime a precisão e a exatidão obtida nas determinações que realizou.
\end{enumerate}
Determinação de q/m por deflexão magnética e eléctrica quase compensada
Situação de equilíbrio entre as interacções eléctrica e magnética
Se, na força de Lorentz, os dois termos se equilibrarem -- ou seja, se as forças electrostática e magnética forem de igual módulo e de sentidos opostos -- a cargaqnão é desviada da sua trajectória. No nosso caso, em que→B⊥→v, a condição de equilíbrio é dada por: \begin{equation} \label{eq:equil1}
|\vec{E}| = v\, |\vec{B}|
\end{equation}
Montagem a efectuar
Aproveitando a montagem já efectuada no ponto anterior, ligue agora os terminais 1 e 2 (Fig. ???) à fonte de alta tensão que gera a tensãoUa produzindo assim na região do écran fluorescente um campo eléctrico. Fazendo com que as bobinas sejam percorridas por uma corrente com intensidade e ``sentido convenientes, podemos obter uma força de origem magnética anti-paralela à provocada pelo campo\(\vec{E}$. Deste modo, a trajectória visualizada no écran será aproximadamente retilínea, sendo a condição de equilíbrio dada por:
\begin{equation} \label{eq:equil2}
|\vec{E}| = v\, |\vec{B}| = \frac{U_a}{d}
\end{equation} ondedé a distância entre as placas do écran fluorescente eUaa tensão entre as mesmas, que é como se disse igual à tensão de aceleração.
\begin{figure}
[h] \centering
\includegraphics[width=1\textwidth]{fig6-TuboTLE.pdf}
\caption{Deflexão magnética e eléctrica quase compensada: ligações eléctricas do filamento, da tensão de aceleração e das placas. \label{fig:TLE}}
\end{figure}
A equação (???) permite-nos calcular a velocidade dos electrões, uma vez que podemos conhecer os valores de todas as outras variáveis aí intervenientes. O conhecimento devpermite-nos calcularq/mtendo em conta que, segundo (???), deverá ser:
qm=v221Ua
Ou finalmente, por combinação com (???): qm=12UaB2d2
Modo de proceder
\begin{enumerate}
\item Para cada uma das quatro tensões de trabalho\(U_a\)já referidas, aplicadas agora também às placas que produzem o campo eléctrico, determine o valor de\(B\)(a partir de\(I$) que conduz ao anulamento das forças de origem eléctrica e magnética.
\item Inverta o sentido dos campos eléctricos e magnéticos e repita a determinação do valor de\(B$.
\item Apresente os valores de\(q/m$. Analise as diferentes contribuições para a incerteza total. Estime o valor da relação carga/massa do electrão, assim como a precisão e a exatidão obtida nas determinações que realizou.
\item Observe a trajectória quando as forças de
origem eléctrica e magnética não se compensam. Comente.
% Apresente os valores de q/m calculados assim como o erro associado a cada determinação. Apresente um valor final para\(q/m$.
\end{enumerate}